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Estudo - Cartas Gerais

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CARTAS GERAIS

Rogério Adriano Pinto


INTRODUÇÃO

Nesta pesquisa será apresentado as Cartas Gerais. As Cartas Gerais são assim chamadas porque não foram destinadas a uma igreja específica, logo seu conteúdo era de interesse de todos os crentes. As Cartas gerais são oito : Hebreus, Tiago, 1 e 2 Pedro, 1,2,3 João e Judas.
Veremos a autoria, a data da escrita, o destino, o motivo da escrita, visão panorâmica e a característica especial de cada uma das Cartas Gerais. 
HEBREUS

1. Autoria

Este livro foi destinado originalmente aos cristãos de Roma. O seu título, nos manuscritos gregos mais antigos, diz apenas "Aos Hebreus". Seu conteúdo, no entanto, revela que foi escrito a cristãos judeus. O emprego que o autor fez da Septuaginta (versão grega do AT), nas citações do AT, indica que os primeiros leitores foram provavelmente judeus de idioma grego que viviam fora da Palestina. A expressão "Os da Itália vos saúdam" (13.24) significa provavelmente que o autor escrevia para Roma, e que na ocasião incluiu saudações de crentes italianos que viviam longe da pátria. Os destinatários podem ter sido igrejas em lares, da comunidade cristã de Roma, das quais algumas estavam a ponto de abandonar a fé em Jesus e voltar para a antiga fé judaica por causa da perseguição e do desânimo. O escritor não se identifica no título original, nem através do livro, embora fosse bem conhecido dos seus leitores (13.18-24). Por alguma razão, perdeu-se a sua identidade ao findar-se o século I. Posteriormente, na tradição da igreja primitiva (séculos II ao IV), surgiram muitas opiniões diferentes sobre o possível escritor de Hebreus. A opinião de que Paulo haja sido o autor não tinha aceitação até o século V. Muitos eruditos conservadores descartam a autoria de Paulo, uma vez que o estilo esmerado e alexandrino do autor, seu embasamento na Septuaginta, sua maneira de introduzir as citações do AT, seu método de argumentar e ensinar, a estrutura da argumentação e a omissão da sua identificação pessoal são características muito diferentes das de Paulo. Além disso, enquanto Paulo sempre apela à sua revelação recebida diretamente de Cristo (cf. Gl 1.11,12), esse escritor demonstra ser um dos cristãos da segunda geração aos quais o evangelho fora confirmado por testemunhas oculares do ministério de Jesus (2.3). Entre os homens mencionados nominalmente no NT, a descrição que Lucas oferece de Apolo, em At 18.24-28, ajusta-se melhor ao perfil do escritor de Hebreus. Deixando de lado o nome do escritor de Hebreus, uma coisa é certa: ele escreveu na plenitude do Espírito e com entendimento, revelação e autoridade apostólicos. A ausência de qualquer referência, em Hebreus à destruição do templo de Jerusalém e do seu culto levítico é um forte indício que o autor escreveu antes de 70 d.C.


2. Motivo da Escrita

Hebreus foi escrito principalmente para os cristãos judeus que estavam sob perseguição e esmorecimento. O escritor procura fortalecê-los na fé em Cristo, demonstrando cuidadosamente a superioridade e finalidade da revelação e redenção da parte de Deus em Jesus Cristo. Demonstra que as disposições divinas para a redenção vistas no Antigo Concerto cumpriram-se e tornaram-se obsoletas pela vinda de Jesus e pelo estabelecimento de um Novo Concerto, mediante a sua morte vicária. O escritor anima seus leitores (1) a manterem firme sua confissão de Cristo até o fim, (2) a prosseguirem para a maturidade espiritual, e (3) não volverem ao estado de condenação caso abandonem a fé em Jesus Cristo.


3. Visão Panorâmica

Hebreus parece mais um sermão do que uma epístola. O autor descreve sua obra como "uma palavra de exortação" (13.22). Contém três divisões principais. (1) Primeiro, Jesus, o poderoso Filho de Deus, é declarado a plena revelação de Deus à humanidade - maior do que os profetas (1.1-3), do que os anjos (1.4-2.18), Moisés (3.1-6) e Josué (4.1-11). Nesta divisão do livro, ocorre uma advertência solene no tocante às conseqüências do abandono da fé ou do endurecimento do coração pela incredulidade (2.1-3; 3.7-4.2). (2) A segunda divisão apresenta Jesus como o sumo sacerdote, cujas qualificações (4.14-5.10; 6.19-7.25), caráter (7.26-28) e ministério (8.1-10.18), são perfeitos e eternos. Há uma solene advertência para quem permanecer espiritualmente imaturo ou mesmo "cair" depois de se tornar participante de Cristo (5.11-6.12). (3) A divisão final (10.19-13.17) admoesta enfaticamente os crentes a perseverarem na salvação, na fé, no sofrimento e na santidade.


4. Características Especiais

Oito características afloram neste livro. (1) No NT é único quanto à sua estrutura: "começa como tratado, desenvolve-se como sermão e termina como carta" (Orígenes). (2) É o texto mais refinado do NT, abeirando-se do estilo do grego clássico, mais do que qualquer outro escritor do NT (com exceção, quiçá, de Lucas, em Lc 1.1-4). (3) É o único escrito do NT que desenvolve o conceito do ministério sumo sacerdotal de Jesus. (4) A cristologia do livro é ricamente variada, apresentando mais de vinte nomes e títulos de Jesus. (5) Sua palavra-chave é "melhor" (13 vezes). Jesus é melhor do que os anjos e todos os mediadores do AT. Ele provê melhor repouso, concerto, esperança, sacerdócio, expiação pelo sacrifício vicário e promessas. (6) Contém o principal capítulo do NT a respeito da fé (cap. 11). (7) Está repleto de referências e alusões ao AT que oferecem um rico conhecimento da interpretação cristã primitiva da história e da adoração no AT, mormente no campo da tipologia. (8) Adverte, mais do que qualquer outro escrito do NT contra os perigos da apostasia espiritual.


TIAGO

1. Autoria

Tiago é classificada como "epístola universal" porque foi originalmente escrita para uma comunidade maior que uma igreja local. A saudação: "Às doze tribos que andam dispersas" (1.1), juntamente com outras referências (2.19-21), indicam que a epístola foi escrita inicialmente a cristãos judeus que viviam fora da Palestina. É possível que os destinatários fossem os primeiros convertidos em Jerusalém, que, após a morte de Estêvão, foram dispersos pela perseguição (At 8.1) até a Fenícia, Chipre, Antioquia da Síria e além (At 11.19). Isso explicaria (1) a ênfase inicial da carta quanto ao sofrer com alegria as provações que testam a fé e que demandam perseverança (1.2-12), (2) o conhecimento pessoal que Tiago demonstra ter pelos crentes "dispersos", e (3) o tom de autoridade da carta. Como pastor da igreja de Jerusalém, Tiago escreve às suas ovelhas dispersas.
A maneira do autor se identificar simplesmente como "Tiago" (1.1), revela sua posição de destaque na obra. Tiago, meio-irmão de Jesus e dirigente da igreja de Jerusalém, é geralmente tido como o autor. Seu discurso no Concílio de Jerusalém (At 15.13-21), bem como as descrições dele noutras partes do NT (e.g., At 12.17; 21.18; Gl 1.19; 2.9,12; 1 Co 15.7) correspondem perfeitamente com o que se sabe dele como autor desta epístola. O mais provável é que Tiago tenha escrito esta epístola durante a década dos 40 d.C. A data tão remota para a escrita provém de vários fatores, e.g., Tiago emprega a palavra grega synagoge (lit. "sinagoga") para referir-se ao local de reunião dos cristãos (2.2). Segundo o historiador judaico Josefo, Tiago, irmão do Senhor, foi martirizado em Jerusalém, em 62 d.C.


2. Motivo da Escrita

Tiago escreveu (1) para encorajar os crentes judeus que enfrentavam várias provações, que punham sua fé à prova, (2) para corrigir crenças errôneas a respeito da natureza da fé salvífica, e (3) para exortar e instruir os leitores concernente ao resultado prático da sua fé na vida de retidão e nas boas obras.


3. Visão Panorâmica

Esta epístola trata de uma ampla variedade de temas relacionados à verdadeira vida cristã. Tiago exorta os crentes a suportarem com alegria as suas provações e a tirarem proveito delas (1.2-11), exorta-os a resistirem às tentações (1.12-18), a serem praticantes da Palavra e não apenas ouvintes (1.19-27) e a demonstrarem uma fé ativa, e não uma profissão de fé vazia (2.14-26). Adverte solenemente contra a pecaminosidade de uma língua indomável (3.1-12; 4.11,12), a sabedoria carnal (3.13-16), a conduta pecaminosa (4.1-10), a vida presunçosa (4.13-17), e a riqueza egocêntrica (5.1-6). Tiago encerra ressaltando a paciência, a oração e a restauração dos desviados (5.7-20).Em todos os cinco capítulos destaca-se o relacionamento entre a verdadeira fé e a vida piedosa. A fé genuína é uma fé provada (1.2-16), ativa (1.19-27), pela qual se ama o próximo como a si mesmo (2.1-13), manifesta-se pelas boas obras (2.14-26), mantém a língua sob rígido controle (3.1-12), busca a sabedoria de Deus (3.13-18), submete-se a Deus como justo juiz (4.1-12), confia em Deus para o viver de cada dia (4.13-17), não é egocêntrica, nem libertina (5.1-6), é paciente no sofrimento (5.7-12) e diligente na oração (5.13-20)


4. Características Especiais

Sete características principais assinalam esta epístola. (1) É muito provável que ela tenha sido o primeiro livro do NT a ser escrito. (2) Embora contenha apenas duas referências nominais a Cristo, há nela mais alusões aos ensinos de Jesus do que todas as demais do NT. Isso inclui 15 referências ao Sermão do Monte. (3) Mais da metade dos seus 108 versículos são expressões imperativas, ou mandamentos. (4) Sob vários aspectos, é o livro de Provérbios do NT, pois (a) está repleto de sabedoria divina e instruções práticas, visando a uma vida cristã realista, e (b) está escrito em estilo sucinto, com preceitos diretos e analogias realistas. (5) Tiago é um hábil observador dos fenômenos naturais e da natureza humana pecaminosa. Repetidas vezes, ele extrai lições disso para desmascarar esta última (e.g., 3.1-12). (6) Mais do que qualquer outro livro do NT, Tiago destaca o devido relacionamento entre a fé e as obras (principalmente 2.14-26). (7) Tiago, às vezes, é chamado o Amós do NT por tratar com firmeza a injustiça e as desigualdade sociais.


I PEDRO

1. Autoria

Esta é a primeira de duas cartas no NT escritas pelo apóstolo Pedro (1.1; 2 Pe. 1.1). Ele testifica que escreveu sua primeira carta com a ajuda de Silvano (cuja forma contracta em grego é Silas), como seu escriba (5.12). O grego fluente de Silvano e seu estilo literário aparecem aqui, enquanto que, possivelmente, o grego menos esmerado de Pedro apareça na sua segunda epístola. O tom e o conteúdo de 1 Pedro combinam com o que sabemos a respeito de Simão Pedro. Os anos que viveu em estreito convívio com o Senhor Jesus estão implícitos nas suas referências à morte de Jesus (1.11,19; 2.21-24; 3.18; 5.1) e à sua ressurreição (1.3,21; 3.21). Indiretamente, ele parece referir-se, inclusive, às ocasiões em que Jesus lhe apareceu na Galiléia, depois da ressurreição (2.25; 5.2a; cf. Jo 21.15-23). Além disso, muitas semelhanças ocorrem entre esta carta e os sermões de Pedro registrados em Atos. Pedro dirige esta carta aos "estrangeiros dispersos" nas províncias romanas da Ásia Menor (1.1). Alguns destes, talvez hajam se convertido no dia de Pentecostes, ao ouvirem a mensagem de Pedro, e retornaram às suas respectivas cidades levando a fé que acabavam de conhecer (cf.At 2.9,10). Estes crentes são chamados "peregrinos e forasteiros" (2.11), relembrando-lhes, assim, que a peregrinação cristã ocorre num mundo hostil a Jesus Cristo; mundo este, do qual só podem esperar perseguição. É provável que Pedro escreveu esta carta em resposta a informes dos crentes da Ásia Menor sobre a crescente oposição a eles (4.12-16), ainda sem consentimento do governo (2.12-17). 
Pedro escreveu de "Babilônia" (5.13). Isto pode referir-se literalmente à cidade de Babilônia, na Mesopotâmia, ou pode ser uma expressão figurada referente a Roma, o centro principal de oposição a Deus, no século primeiro. Embora Pedro possa ter visitado alguma vez a grande colônia de judeus ortodoxos em Babilônia, é mais consentâneo entender, aqui, a presença de Pedro, Silas (5.12) e Marcos (5.13), juntos em Roma (Cl 4.10; cf. os comentários de Pápias a respeito de Pedro e Marcos em Roma), no começo da década de 60, do que em Babilônia. Pedro escreveu mais provavelmente entre 60 e 63 d.C., certamente antes do terrível banho de sangue em Roma, ordenado por Nero (64 d.C.).


2. Motivo da Escrita
Pedro escreveu esta epístola de alegre esperança a fim de levar o crente a ver a perspectiva divina e eterna da sua vida terrestre e prover orientação prática aos cristãos que se encontravam sob o fogo do sofrimento entre os pagãos. O cuidado de Pedro visava a evitar que os crentes não perturbassem, sem necessidade, o governo, e sim seguissem o exemplo de Jesus no sofrimento, sendo inocente, mas portando-se com retidão e dignidade.


3. Visão Panorâmica

1 Pedro começa lembrando os leitores (1) de que têm uma vocação gloriosa e uma herança celestial em Jesus Cristo (1.2-5), (2) de que sua fé e amor nesta vida estarão sujeitos a provas e purificação e que isso resultará em louvor, glória e honra na vinda do Senhor (1.6-9), (3) de que essa grande salvação foi predita pelos profetas do AT (1.10-12), e (4) de que o crente deve viver uma vida santa, bem diferente do mundo ímpio ao seu redor (1.13-21). Os crentes, escolhidos e santificados (1.2), são crianças em crescimento que precisam do puro leite da Palavra (2.1-3), são pedras vivas em que estão sendo edificadas como casa espiritual (2.4-10) e peregrinos, caminhando em terra estranha (2.11,12); devem viver de modo honroso e humilde no seu trato com todas as pessoas durante a sua peregrinação aqui (2.13-3.12).
A mensagem preeminente de 1 Pedro diz respeito à submissão e a sofrer, perseverando na retidão, por amor a Cristo, de conformidade com o próprio exemplo dEle (2.18-24; 3.9-5.11). Pedro assegura aos fiéis que eles obterão o favor e a recompensa de Deus ao sofrerem por causa da justiça. No contexto desse ensino do sofrimento por Cristo, Pedro ressalta os temas conexos da salvação, da esperança, do amor, da fé, da santidade, da humildade, do temor a Deus, da obediência e da submissão.


4. Características Especiais

Cinco características principais vemos nesta epístola. (1) Juntamente com Hebreus e Apocalipse, sua mensagem gira em torno dos crentes sob a perspectiva de severa perseguição, por pertencerem a Jesus Cristo. (2) Mais do que qualquer outra epístola do NT, contém instruções sobre o comportamento do cristão ante à perseguição e ao sofrimento injustos (3.9-5.11). (3) Pedro destaca a verdade de que o crente é estrangeiro e peregrino na terra (1.1; 2.11). (4) Muitos dos títulos do povo de Deus no AT são aplicados aos crentes do NT (e.g., 2.5,9,10). (5) Contém um dos trechos do NT de mui difícil interpretação: quando, onde e como Jesus "pregou aos espíritos em prisão, os quais em outro tempo foram rebeldes... nos dias de Noé" (3.19,20)


II PEDRO

1. Autoria

Na saudação, Simão Pedro identifica-se como o autor da carta. Mais adiante ele declara aos seus leitores que esta é a sua segunda epístola (3.1), indicando assim que está escrevendo aos mesmos crentes da Ásia Menor, a quem dirigira a primeira epístola (1 Pe 1.1). Visto que Pedro, assim como Paulo, foi executado por decreto do perverso Nero (que, por sua vez, morreu em junho de 68 d.C.), é mais provável que Pedro escreveu esta epístola entre 66 e 68 d.C., pouco antes do seu martírio em Roma (1.13-15).Alguns estudiosos do passado e do presente, ignorando certas notáveis semelhanças entre 1 e 2 Pedro e destacando, ao invés disso, as diferenças entre elas, supõem que não é de Pedro a autoria da carta. Essas diferenças de conteúdo, vocabulário, ênfases e estilo literário podem ser uma decorrência das diferentes circunstâncias de Pedro e de seus leitores, nas duas cartas. (1) As circunstâncias originais dos endereçados haviam mudado. Antes, ardia o fogo da perseguição movida pela sociedade em derredor; agora, eram ataques vindos de dentro, através dos falsos mestres que ameaçavam os fundamentos da igreja: a verdade e a santidade. (2) As circunstâncias de Pedro também eram outras. Enquanto na primeira carta ele contou com a cooperação eficiente de Silvano na escrita (1 Pe 5.12), parece que agora este último não estava disponível ao ser escrita esta segunda epístola. Talvez, Pedro tenha empregado seu próprio grego galileu singelo, ou serviu-se de um escriba menos hábil do que Silvano.


2. Motivo da Escrita

Pedro escreveu (1) para exortar os crentes a buscarem com diligência a santidade de vida e o verdadeiro conhecimento de Cristo e (2) para desmascarar e repudiar a atividade traiçoeira dos falsos profetas e mestres que agiam nas igrejas da Ásia Menor, pervertendo a verdade bíblica. Pedro resume o propósito do livro, em 3.17,18, onde exorta os crentes verdadeiros (1) a estarem alerta para não serem enganados por homens perversos (3.17) e (2) a crescer "na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo" (3.18).


3. Visão Panorâmica

Esta breve epístola solenemente instrui os crentes a tomarem posse da vida e da piedade, mediante o verdadeiro conhecimento de Cristo. O primeiro capítulo acentua a importância do crescimento cristão. Tendo começado pela fé, o crente deve buscar diligentemente a excelência moral, o conhecimento, a temperança, a perseverança, a piedade, o amor fraternal e a caridade (amor altruísta), que levam à fé madura e ao verdadeiro conhecimento do Senhor Jesus (1.3-11).O capítulo seguinte adverte solenemente contra os falsos profetas e mestres que surgem dentro das igrejas. Pedro os denuncia como anarquistas e perniciosos (2.1,3;3.17), que se comprazem nas concupiscências da carne (2.2,7,10,13,14,18,19); são cobiçosos (2.3,14,15), arrogantes (2.18) e obstinados (2.10) e que desprezam a autoridade (2.10-12). Pedro procura resguardar os verdadeiros crentes contra as suas heresias destrutivas (2.1) pondo a descoberto seus motivos e conduta malignos. No capítulo 3, Pedro refuta o ceticismo desses mestres, no tocante à vinda do Senhor (3.3,4). Assim como a geração dos dias de Noé, enganada, zombava da idéia do juízo da parte de Deus, através de um grande dilúvio, esses outros zombadores estão igualmente cegos quanto às promessas da volta de Cristo. Mas, com a mesma certeza manifesta no julgamento pelo dilúvio (3.5,6), Cristo voltará e desintegrará a presente terra, no fogo (3.7-12), e criará uma nova ordem sob a justiça (3.13). Tendo em vista esse fato, os crentes devem viver vidas santas e piedosas na presente era (3.11,14).


4. Características Especiais

Esta carta tem quatro características principais. (1) Ela contém uma das declarações de maior peso em toda a Bíblia no tocante à inspiração, à fidedignidade e à autoridade das Sagradas Escrituras (1.19-21). (2) 2 Pe 2 e a epístola de Judas têm semelhanças notáveis na incriminação dos falsos mestres. Talvez Judas, enfrentando em data posterior o mesmo problema dos falsos mestres, empregou trechos dos ensinos inspirados de Pedro, para transmitir a mesma lição (ver Introdução a Judas). (3) O capítulo 3 é um dos grandes capítulos do NT sobre a segunda vinda de Cristo. (4) Pedro cita indiretamente os escritos de Paulo como Escrituras, ao mencioná-los juntamente com "as outras Escrituras" (3.15,16).

I JOÃO

1. Autoria
 
Cinco livros do NT levam o nome de João: um Evangelho, três epístolas e o Apocalipse. Embora João não se identifique pelo nome nesta epístola, testemunhas do século II (e.g., Papias, Irineu, Tertuliano, Clemente de Alexandria) afirmam que ela foi escrita pelo apóstolo João, um dos doze primeiros discípulos de Jesus. Fortes semelhanças no estilo, no vocabulário e nos temas, entre 1 João e o Evangelho segundo João, sancionam o testemunho fidedigno dos cristãos primitivos, afirmando que os dois livros foram escritos pelo apóstolo João (ver introdução ao Evangelho segundo João).Não há indicação dos destinatários desta carta, como também não há saudações, nem menção de pessoas, lugares ou eventos. A explicação mais provável dessa forma rara epistolar é que João escreveu de onde residia, em Éfeso, a certo número de igrejas da província da Ásia, que estavam sob sua responsabilidade apostólica (cf. Ap 1.11).Visto que as congregações tinham um problema comum e necessidades semelhantes, João escreveu esta epístola como carta circular, enviando-a por um emissário pessoal, juntamente com suas saudações pessoais. O assunto principal desta epístola é o problema dos falsos ensinos a respeito da salvação em Cristo e seu processo no crente. Certas pessoas, que anteriormente conviveram com os leitores da epístola, deixaram as congregações (2.19), mas os resultados dos seus falsos ensinos continuavam a distorcer o evangelho, quanto a "saber" que tinham a vida eterna. Doutrinariamente, a sua heresia negava que Jesus é o Cristo (2.22; cf. 5.1) ou que Jesus veio em carne (4.2,3). Na área moral, ensinavam que não era necessário à fé salvífica (cf. 1.6; 5.4,5), a obediência aos mandamentos de Jesus (2.3-4; 5.3) e uma vida santa, separada do pecado (3.7-12) e do mundo (2.15-17).


2. Motivo da Escrita

O propósito de João ao escrever esta epístola foi duplo: (1) expor e rebater os erros doutrinários e éticos dos falsos mestres e (2) exortar seus filhos na fé a manter uma vida de santa comunhão com Deus, na verdade e na justiça, cheios de alegria (1.4) e de certeza da vida eterna (5.13), mediante a fé obediente em Jesus, o Filho de Deus (4.15; 5.3-5,12), e pela habitação interior do Espírito Santo (2.20; 4.4,13). Alguns crêem que a epístola também foi escrita como uma seqüência do Evangelho segundo João.


3. Visão Panorâmica

A fé e a conduta estão fortemente entrelaçados nesta carta. Os falsos mestres, aos quais João chama aqui de "anticristos" (2.18-22), apartaram-se do ensino apostólico sobre Cristo e a vida de retidão. De modo semelhante a 2 Pe e Jd, 1 Jo refuta e condena com veemência os falsos mestres (e.g., 2.18,19,22,23,26; 4.1,3,5) com suas crenças e conduta destruidoras. Do ponto de vista positivo, 1 Jo expõe as características da verdadeira comunhão com Deus (e.g., 1.3-2.2) e revela cinco evidências específicas pelas quais o crente poderá "saber", com confiança e certeza, que tem a vida eterna: (1) a evidência da verdade apostólica a respeito de Cristo (1.1-3; 2.21-23; 4.2,3,15; 5.1,5,10,20); (2) a evidência de uma fé obediente que guarda os mandamentos de Cristo (2.3-11; 5.3,4); (3) a evidência de um viver santo, i.e., afastar-se do pecado, para comunhão com Deus (1.6-9; 2.3-6,15-17,29; 3.1-10; 5.2,3); (4) a evidência do amor a Deus e aos irmãos na fé (2.9-11; 3.10,11,14,16-18; 4.7-12,18-21); e (5) a evidência do testemunho do Espírito Santo no crente (2.20,27; 4.13). João afirma, por fim, que a pessoa pode saber com certeza que tem a vida eterna (5.13) quando estas cinco evidências são manifestas na sua vida.


4. Características Especiais

Cinco características principais há nesta epístola. (1) Ela define a vida cristã empregando termos contrastantes e evitando todo e qualquer meio-termo entre luz e trevas, entre verdade e mentira, entre justiça e pecado, entre amor e ódio, entre amar a Deus e amar ao mundo, entre filhos de Deus e filhos do diabo, etc. (2) É importante ressaltar que este é o único escrito do NT que fala de Jesus como nosso "Advogado (gr. parakletos) para com o Pai", quando o crente fiel peca (2.1,2; cf. Jo 14.16,17,26; 15.26; 16.7,8). (3) A mensagem de 1 Jo fundamenta-se quase que inteiramente no ensino apostólico, e não na revelação anterior do AT; não há claramente na carta referências às Escrituras do AT. (4) Visto tratar da cristologia, e ao mesmo tempo refutar determinada heresia, a carta focaliza a encarnação e o sangue (i.e., a cruz) de Jesus, sem mencionar especificamente a sua ressurreição. (5) Seu estilo é simples e reiterativo, à medida que João apresenta certos termos principais, como "luz", "verdade", "crer", "permanecer", "conhecer", "amor", "justiça", "testemunho", "nascido de Deus" e "vida eterna".


II JOÃO

1. Autoria

O autor se identifica como "o ancião" (v. 1). Provavelmente, um título honroso atribuído ao apóstolo João nas duas décadas finais do século I, devido a sua idade avançada e sua respeitável posição de autoridade espiritual como o único dos doze apóstolos ainda vivo. João dirige esta carta "à senhora eleita e a seus filhos" (v. 1). Alguns interpretam "a senhora eleita", figuradamente, como uma igreja local, sendo "seus filhos" os membros dessa igreja e sua "irmã, a eleita" (v. 13), como uma congregação idêntica. Outros interpretam a endereçada, literalmente, como uma viúva cristã de destaque, conhecida de João, numa das igrejas da Ásia Menor, sob seus cuidados pastorais. A família dessa senhora (v. 1), bem como os filhos da sua irmã (v. 13) são pessoas de destaque entre as igrejas daquela região. Como as outras epístolas de João, 2 Jo provavelmente foi escrita de Éfeso, em fins da década de 80 ou no começo da década de 90 d.C.


2. Motivo da Escrita

João escreveu esta carta a fim de prevenir "a senhora eleita" contra os falsos obreiros (mestres, evangelistas e profetas) que perambulavam pelas igrejas. Os tais abandonaram os ensinos do evangelho e propagavam os seus falsos ensinos. A destinatária não devia recebê-los, dialogar com eles, nem auxiliá-los. Fazer isso, significaria ajudá-los a disseminar os seus erros e participar da sua culpa. A carta repudia o mesmo falso ensino denunciado em 1 Jo.


3. Visão Panorâmica

Esta epístola realça uma advertência, que também se acha em 1 Jo, sobre o perigo de falsos mestres que negam a encarnação de Jesus Cristo e que se afastam da mensagem do evangelho (vv. 7,8). João se alegra por ver que "a senhora eleita" e seus filhos "andam na verdade" (v. 4). O verdadeiro amor cristão deve ser obediente aos mandamentos de Cristo e ser mútuo entre os irmãos (vv. 5,6). O amor cristão deve também incluir o discernimento entre a verdade e o erro, e também não dar apoio aos falsos mestres (vv. 7-9). Receber amavelmente os falsos mestres é participar dos seus erros (vv. 10,11). A carta é breve, pois João planeja uma visita para breve, e assim falar-lhe "de boca a boca" (v. 12).


4. Características Especiais

São três as características principais desta epístola. (1) É o menor livro do NT. (2) Tem semelhanças surpreendentes com 1 e 3 Jo, quanto à sua mensagem, vocabulário e estilo simples de escrita. (3) Constitui-se num importante complemento à mensagem de 3 Jo, como prevenção quanto a receber e ajudar obreiros estranhos, desconhecidos. Conclui, insistindo na necessidade de cuidadoso discernimento, à luz dos ensinos de Cristo e dos apóstolos, antes de alguém apoiar esses falsos obreiros.


III JOÃO

1. Autoria

João, o apóstolo amado, apresenta-se novamente como "o presbítero" (v. 1; ver introdução de 2 Jo). Esta carta pessoal é endereçada a um fiel cristão chamado Gaio (v. 1), talvez pertencente a uma das igrejas da Ásia Menor. Assim como as demais epístolas de João, 3 João foi certamente escrita em Éfeso, em fins da década de 80 d.C. ou início da década de 90 d.C. Em fins do primeiro século, ministros itinerantes da igreja viajavam de cidade em cidade, sendo comumente sustentados pelos crentes que os acolhiam em casa e os ajudavam nas despesas de viagem (vv. 5-8; cf. 2 Jo 10). Gaio era um dos muitos cristãos dedicados que graciosamente acolhiam e auxiliavam ministros viajantes de confiança (vv. 1-8). Ao mesmo tempo, um homem de projeção chamado Diótrefes resistia com arrogância à autoridade de João e recusava hospitalidade aos irmãos viajantes, enviados da parte deste.


2. Motivo da Escrita

João escreveu para dar testemunho de Gaio pela sua fiel hospitalidade e ajuda prestada aos fiéis obreiros viajantes, para fazer uma advertência indireta ao petulante Diótrefes e para preparar o caminho da sua própria visita pessoal.


3. Visão Panorâmica

Três homens são mencionados por nome em 3 Jo. (1) Gaio é calorosa e honrosamente mencionado pela sua piedosa vida na verdade (vv. 3,4), e pela sua hospitalidade exemplar para com os irmãos viajantes (vv. 5-8). (2) Diótrefes, um dirigente ditador, é denunciado pelo seu orgulho ("procura ter entre eles o primado", v. 9), cujas manifestações são: rejeitar uma carta anterior de João (v. 9), calúnia contra João (v. 9), recusar o acolhimento aos mensageiros de João e ameaçar com exclusão aqueles que os receberem (v. 10). (3) Demétrio, talvez o portador desta carta, ou pastor de uma comunidade na vizinhança, é louvado como um homem de boa reputação e lealdade à verdade (v. 12).


4. Características Especiais

Duas características principais sobressaem nesta epístola. (1) Embora seja pequena, dá uma noção de várias facetas importantes da história da igreja primitiva, perto do final do século I. (2) Há semelhanças notáveis entre 3 Jo e 2 Jo. Mesmo assim, as duas epístolas diferem entre si em um aspecto importante: 3 Jo elogia a hospitalidade e ajuda oferecidas aos bons ministros viajantes, ao passo que 2 Jo acentua que não se conceda hospitalidade e sustento a maus obreiros, para não sermos culpados de apoiar seus erros ou más obras.


JUDAS

1. Autoria

Judas se identifica simplesmente como o "irmão de Tiago" (v. 1). Os únicos irmãos do NT que têm nomes de Judas e Tiago são os dois meio-irmãos de Jesus (Mt 13.55; Mc 6.3). Talvez Judas mencionou Tiago porque a posição de destaque do seu irmão, sendo dirigente da igreja de Jerusalém serviria para esclarecer sua própria identidade e posição. Esta curta epístola, porém de linguagem enérgica, foi escrita contra os falsos mestres, que eram abertamente antinominianos (i.e., ensinavam que a salvação pela graça lhes permitia pecar sem haver condenação) e que zombando, rejeitavam a revelação divina a respeito da Pessoa e da natureza de Jesus Cristo, segundo as Escrituras (v. 4). Dessa maneira, dividiam as igrejas, concernente à fé (vv. 19a, 22) e quanto à conduta (vv. 4, 8, 16). Judas descreve esses homens vis como "ímpios" (v. 15), que "não têm o Espírito" (v. 19).O possível relacionamento entre Jd e 2 Pe 2.1-3.4 depende do fator data do primeiro. O mais provável é que Judas tinha conhecimento de 2 Pedro (vv. 17,18) e, daí, sua epístola se situaria posteriormente, i.e., entre 70-80 d.C. Não está esclarecido sobre os destinatários, mas podem ter sido os mesmos de 2 Pedro (ver introdução de 2 Pedro).


2. Motivo da Escrita

Judas escreveu esta carta (1) para, com empenho, advertir os crentes sobre a grave ameaça dos falsos mestres e sua influência destruidora nas igrejas, e (2) para energicamente conclamar todos os verdadeiros crentes a resolutamente "batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos" (v. 3).


3. Visão Panorâmica

Seguindo-se à saudação (vv. 1,2), Judas revela que sua primeira intenção era escrever sobre a natureza da salvação (v. 3a). Em vez disso, ele foi movido a escrever sobre o assunto que se segue, por causa dos mestres apóstatas que estavam pervertendo a graça de Deus e, ao agirem assim, corrompiam a verdade e o caminho da retidão nas igrejas (v. 4). Judas os acusa de impureza sexual (vv. 4, 8, 16, 18), liberais como Caim (v. 11), cobiçosos como Balaão (v. 11), rebeldes como Coré (v. 11), arrogantes (vv. 8, 16), enganosos (vv. 4a, 12), sensuais (v. 19) e causadores de divisões (v. 19). Afirma a certeza do julgamento divino contra todos que vivem em tais pecados e ilustra esse fato com seis exemplos do AT (vv. 5-11). Os doze fatos descritivos da vida deles revelam que a medida do seu pecado está cheia para o julgamento divino (vv. 12-16). Os crentes são despertados a crescer na fé e a ter compaixão com temor, no tocante àqueles que estão vacilando na fé (vv. 20-23). Judas termina com palavras de louvor a Deus, de grande inspiração, ao impetrar a sua bênção (vv. 24,25).


4. Características Especiais

Quatro características principais estão nesta epístola. (1) Contém a incriminação mais vigorosa e direta do NT sobre os falsos mestres. Chama a atenção de todas as gerações para a gravidade do perigo constante da falsa doutrina contra a genuína fé e a vida santa. (2) Exemplifica o caso de ilustrações tríplices, e.g., três exemplos de julgamento tirados do AT (vv. 5-7), uma descrição tríplice dos falsos mestres (v. 8) e três exemplos de homens ímpios, tirados do AT (v.11). (3) Sob a plena influência do Espírito Santo, Judas fez menção de vários escritos: (a) as Escrituras do AT (vv. 5-7, 11); (b) as tradições judaicas (vv. 9.14,15); e (c) 2 Pedro, citando diretamente 2 Pe 3.3, que ele confirma como procedente dos apóstolos (vv. 17,18). (4) Contém a bênção mais sublime do NT.


CONCLUSÃO

As Cartas Gerais tem uma grande importância do Cânon Novo Testamento. Em Hebreus vemos a superioridade de cristo. Na carta de Tiago vemos a prática da vida cristã. Em 1 Pedro a perseverança em meio as tribulações, na 2 epistola advertência contra a falsa doutrina. João descreve em sua 1 carta a segurança do cristão, na 2 e 3 obedecer a verdade. A ultima epístola gera, Judas fala da apostasia dos falsos mestres.
Os ensinamentos dessas Cartas são tão atuais quanto do tempo em que foram escritas. Podemos ver que realmente elas foram divinamente inspiradas.

BIBLIOGRAFIA

BIBLIA DE ESTUDO THOMPSON , Editora Vida
CHAMPLIM, Russel Normam. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, Ed. Candeia, 3°edição 1995 São Paulo

Fonte:http://www.teologiaclub.com/site/index.php?pagina=texto&id=5

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